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Três Perguntas a Luisa Francesconi



Luisa Francesconi é aquela colega com quem se pode contar em cena e na rotina de trabalho. Quando somos escaladas juntas sei que lá vem trabalho duro e resultado garantido: ela é sólida, musical, pontual, sempre com sua parte na ponta da língua e incessante e humildemente abordando a partitura. E naturalmente que todas estas qualidades concorrem para que a Luisa seja considerada hoje um dos mezzos mais respeitados do Brasil, com mérito! Fiz à Luisa três perguntas baseadas no que temos discutido nos últimos tempos aqui no BC mas que ainda merecem atenção. Aí vão: BC: Como são suas rotinas de aquecimento e treino? LF: Eu tento estudar pelo menos 3 vezes por semana, cantando. Estudo de partituras e leitura, por outro lado, tem sido quase o tempo todo ultimamente! Começo o aquecimento com um exercício vibratório, em geral de “rr”. Depois trabalho com bocca chiusa para ir aquecendo aos poucos, e só começo a passer de mi 4 depois de uns 2 exercícios. Também faço exercícios de staccato. Trabalho com as sílabas mi – re – la – sol, sempre nesta ordem, podendo suprimir uma ou outra. (Faço muitos exercícios só com mi – la). Estes exercícios aprendi com a professora Rita Patané durante os 10 anos em que estudei com ela. Vou primeiro até a terça, depois até a quinta, depois arpejo e escala até a oitava. Depois de uns 15, 20 minutos de aquecimento, começo a treinar peças mais centrais, ou trechos mais centrais, e vou ampliando. Tento tomar cuidado enquanto estudo para perceber se estou colocando alguma tensão vocal extra, ou se há alguma tensão corporal que não devia estar lá. BC: Algumas noções quanto ao aquecimento e condução vocal de coros. LF: Faz muito tempo que não trabalho com corais, embora tenha sido regente de um coral de adolescentes por 7 anos. Gosto muito de usar exercícios de bocca chiusa para faze-los sentir a vibração nos ressoadores, staccato para sentir os músculos abdominais que vão ajudar o apoio, muitos exercícios de respiração, para ensinar uma respiração baixa, expandindo cada vez mais intercostais. Acho importantíssimo trabalhar ressoadores, especialmente o palato alto. Acredito que os harmônicos criados com o uso dos ressoadores mais altos ajuda a igualar as vozes tanto dentro de um naipe específico quanto entre os naipes entre si. BC: Alguns conselhos para um jovem que pensa em partir para uma temporada no exterior? LF: Um conselho importantíssimo é não ir fazer aula com o primeiro que apareça, sem ter referências. Quando fui trabalhar com a Patané, fui porque admirava muito cantores que haviam estudado com ela, e queria cantar daquele jeito. Fazer alguns cursos de verão, como o da Scotto, da Freni e outros, é importante para se ter uma ideia de como se trabalha na Europa. E sim, prefiro Europa aos EUA, acho uma questão bem delicada encontrar um bom professor de canto nos EUA. Aproveito para dizer : aprendam línguas!! Italiano, francês, o que puderem. Invistam nisso. Vejo muita gente nova sem noção do que está cantando, ainda hoje, depois de tanta, posso dizer, lavagem cerebral que sofremos enquanto estamos estudando. Corram atrás!! Acho importante também ir com humildade, sem se achar o “rei da cocada preta”, sem grandes expectativas, que não seja a de aprender o máximo possível. Nessa arte que escolhemos não paramos de aprender nunca. Pode soar um pouco clichê, mas é a mais pura verdade, e quem acha que já resolveu tudo, seja técnica, interpretação, análise, o que seja, está longe de ser um bom profissional. Acho importante sair, ver o que está acontecendo na Europa, nos EUA, obviamente se se tem condições para tal. Se não, acho imprescindível assistir toda e qualquer apresentação musical a que se possa ter acesso. Não posso frisar suficiente o quão importante é ver/ouvir música, seja ópera, concerto, recital, para o crescimento artístico e até pessoal!


o boa chance: 

 

Eu sou a Carolina Faria, cantora lírica e professora de canto. De tanto responder às mesmas perguntas de jovens aspirantes a cantores líricos (dos mais variados pontos do Brasil e América Latina) sobre como conduzirem seu início de carreira, resolvi criar o Boa Chance.

Aqui quero partilhar oportunidades e informações de trabalho, além de dicas e tutoriais de gente que entende de carreira, de música e de voz. Quero mostrar aos jovens como pode ser possível (sim!) realizar seus sonhos e tornarem-se artistas plenos.

O que importa aqui é fazer as conexões entre as pessoas certas, indicar caminhos. Muita gente boa fica em casa por não saber exatamente qual o próximo passo dar, e a meta do Boa Chance é oferecer elementos para que cada um possa alcançar seus objetivos. 

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